Conhecida oficialmente como aposentadoria por tempo de contribuição, a aposentadoria por tempo de serviço pode ser uma boa saída para quem quer parar de trabalhar e garantir uma renda vitalícia.
Mas, apesar de ser uma saída adotada por muitos trabalhadores, essa modalidade de aposentadoria esconde alguns segredos que podem trazer prejuízos para aqueles que não entendem exatamente como funciona esse tipo de benefício.
Para ajudar os interessados em pleitear o benefício, preparamos um guia com os principais pontos que geram dúvidas nos trabalhadores.
Quais as regras básicas para a aposentadoria por tempo de serviço?
Para pleitear esse tipo de aposentadoria não é necessário ter uma idade mínima. Contudo, é necessário que o homem tenha contribuído por 35 anos e a mulher por 30.
Quando esse tipo de aposentadoria não vale a pena?
Por não exigir uma idade mínima para se aposentar, muitas pessoas pensam na aposentadoria por tempo de serviço uma boa alternativa para conseguir uma renda quando deixam de trabalhar.
No entanto, é preciso prestar muita atenção às regras desse tipo de aposentadoria porque, como não há uma idade mínima para a concessão, quanto menor a idade do futuro segurado, menor o valor do benefício recebido.
Isso acontece porque, para o INSS, quanto mais jovem uma pessoa se aposenta, mais tempo ela tem para aproveitar o benefício e, por isso, menor será o dinheiro que irá receber.
Está um pouco confuso? Não se preocupe. Para simplificar, vamos falar sobre o Fator Previdenciário, regra que interfere no valor pago à aposentadoria.
O que é o Fator Previdenciário?
O Fator Previdenciário é uma fórmula usada, pelo INSS, para calcular o valor da aposentadoria por tempo de serviço, e ela considera principalmente a idade do segurado.
Por reduzir o valor do benefício que essa pessoa receberá, o fator pode ser um elemento perigoso e ao qual precisa-se tomar muito cuidado antes de decidir dar entrada na aposentadoria.
Como fugir do Fator Previdenciário
Você sabia que existe uma alternativa para fugir do fator previdenciário e sua capacidade de diminuir o valor da remuneração de um segurado? Basta aplicar a regra 85/95.
Sabe o que ela significa? Que a aposentadoria por tempo de serviço pode ser concedida para mulheres que atingirem 85 pontos e homens que completar 95 pontos.
Essa pontuação nada mais é do que a somatória da idade do contribuinte ao tempo de contribuição. Entretanto, para que essa conta seja válida, é necessário que as mulheres tenham contribuído por, no mínimo, 30 anos, enquanto os homens devem ter pago por 35 anos sua contribuição à Previdência Social, independente da idade que tenham.
É possível pleitear uma aposentadoria especial por tempo de serviço?
Sim. As pessoas que, durante sua vida laborativa, estiveram expostas a agentes nocivos à sua saúde podem pedir uma aposentadoria especial por tempo de serviço.
Nesse tipo de benefício é necessário ter 25 anos de contribuição, independente da idade desta pessoa.
Quanto vou receber caso venha a me aposentar por tempo de contribuição?
Muitos contribuintes que decidem entrar com o pedido de aposentadoria por tempo de serviço costumam ficar intrigados com o valor que receberão pelos benefícios.
Afinal de contas, existe uma fórmula que indique o valor a ser recebido? A resposta é sim. O valor da aposentadoria por tempo de serviço é calculado com base em uma média de 80% do valor das maiores contribuições, realizadas de julho de 1994 em diante.
Pessoas que contribuíram antes desse período tem suas contribuições computadas apenas a título de tempo, não influenciando no valor do benefício que será recebido.
Depois que essa conta é feita será aplicado o Fator Previdenciário, sempre que houver abertura para sua incidência. Ou seja, nos casos em que as pessoas não atingiram a pontuação 85/95.
Quem se aposenta por tempo de serviço pode continuar trabalhando?
Outra dúvida comum de quem está pensando em se aposentar por esse tipo de benefício é se pode ou não continuar trabalhando depois de concedida a aposentadoria.
A resposta para isso é sim. É necessário apenas ficar atento a duas situações específicas. As pessoas que se aposentam por tempo de serviço e querem continuar trabalhando precisam manter seus pagamentos à Previdência Social.
Agora, se a aposentadoria concedida for especial (quando o trabalhador estava exposto a agentes nocivos), a pessoa só poderá continuar trabalhando se não estiver exposta a esses agentes perigosos.
O INSS não localiza um determinado período em que trabalhei. O que faço?
Situação muito comum, sobretudo para as pessoas que trabalharam antes de 1976, algumas vezes o INSS simplesmente não localiza o tempo trabalhado, impedindo que esse período seja computado no período de aposentadoria por tempo de serviço.
Quando isso acontece, o trabalhador não perde o período em que trabalhou. Basta que ele consiga uma prova idônea que comprove a veracidade dessa informação.
Essa regra vale também para os casos em que as pessoas têm a carteira de trabalho assinada, mas seu empregador não fez os pagamentos para a Previdência Social com regularidade.
Aliás, quando o empregado tem provas de que contribuiu naquele período, o INSS deve reconhecer a contribuição para fins de aposentadoria.
Quero me aposentar, mas ainda preciso pagar por um tempo. Posso fazer o pagamento do que eu não contribuí antes?
Muitas vezes, seja porque deixaram de trabalhar ou porque começaram a trabalhar de forma autônoma, essas pessoas simplesmente deixaram de contribuir para a Previdência Social, criando um desequilíbrio entre o tempo de contribuição que precisam para se aposentar e o que realmente possuem.
Quando isso acontece, muitas vezes as pessoas descobrem, na fila do INSS, que ainda precisam contribuir por dois, três ou até cinco anos para atingir o tempo mínimo.
Aí surge aquela pergunta: posso pagar pelo tempo em que não contribuí? A resposta aqui é depende.
O segurado pode fazer o pagamento retroativo desde que tenha exercido alguma atividade remunerada durante o tempo em que não contribuiu. Agora, se nesse período, a pessoa não trabalhou, não poderá fazer o pagamento desse período.
Como garantir que vou receber uma boa quantia de aposentadoria?
O maior medo de quem se aposenta por tempo de contribuição é, depois de uma vida de trabalho, chegar à velhice com um rendimento muito menor do que é necessário para viver com conforto e qualidade de vida.
Se você tem essa dúvida, consulte um advogado previdenciário. O profissional poderá lhe dar as melhores orientações sobre o período certo para se aposentar.
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